NÃO CONSEGUI, VIU?
Perdoe-me, por favor.
Mas bem que tentei.
Não foi de hoje.
Pensei em tanta coisa, pensei em tudo.
Respirei, me inspirei, suspirei.
Revirei os olhos, procurei.
Ensaiei tantos atos – provocados, desacatos.
Abri as cortinas e voltei à coxia.
Lá da plateia, sempre tinha alguém que me via.
Prendi a fala, a respiração.
Isso aqui...Isso não digo não.
Fiquei vermelha agora.
Intimidada.
Soubesse o que penso e me sentiria pelada.
Desnuda diante de tantas verdades.
Piedade!
Confesso tanta coisa que não revelaria.
Segredos para sempre encurralados posto que apimentados.
Coisa só minha mesmo.
No mundo tem aquilo que não se diz. Nem se assume que pensou.
Serão essas coisas os tais segredos de liquidificador?
O que me vem agora é que...gosto de você.
Poderia fazer mesmo mil declarações.
Mas não tenho esse talento.
Hummm... não fica assim em desalento.
Mesmo assim sinto seus cuidados.
Seus silêncios, ruídos e reisados.
Tento retribuir.
Mas quem dera... isso nem almejo conseguir.
Precisaria ser mais. Maior. Esplendor.
Precisaria de um sem número de palavras cheias de torpor.
Você em plenitude.
Você tem tanta atitude.
É firme.
É sol.
É frio.
É seca.
É calor.
Você me faz tudo o que sou.
E me dá quase tudo que tenho.
E não sou muito.
Nem tenho muito.
Mas não é culpa sua.
De você só recebo alegria.
Eu sinto muito.
E isso não é pedido de desculpa.
É para explicar.
Que tudo o que eu sinto, e é muito, recebo de você.
Meu querido abraço.
Seguro e apertado em meus braços.
Acaricio você, assim, em pensamento e intenção.
Você é tão grande não cabe em mim.
Só se for no coração.
E aqui eu te guardo.
Músculo involuntário.
Voluntarioso que é, deseja apenas te amar, mulher.
Minha Brasília, minha flor.
A você, todo o meu carinho, gratidão e coração explodindo de amor.